quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Chuva de lágrimas. por Vince

Como na primeira vez, mas essa poderia ser a ultima, glória ou vergonha, triunfo ou derrota.
Os homens aguardavam no topo da colina, a batalha já havia alcançado seu ápice e todos estavam ansiosos para mais uma vitória, esta que poderia ser a mais decisiva de toda a guerra.
As muralhas do Reino Anão estavam sitiadas, elas eram feitas de pedra negra e ferro puro, duras como diamante, resistentes a todas as investidas através dos séculos. Mas os Lasars estavam confiantes, seu general Lantis não havia sido derrotado em nenhum combate, anos de batalhas haviam sido cruciais para chegar a este ponto, conquista após a outra, vitória sobre a outra.
Todos aguardavam ansiosos suas ordens enquanto ele apenas observa, estava chovendo como aquela vez, quando tudo começou e deveria terminar, sua primeira batalha não poderia ser diferente da primeira. Mas porque ele hesitava? O que estava esperando para desferir seu golpe final contra a muralha indestrutível e colocar seu nome na história para sempre, será que se esqueceu pelo que luta?

Pelo que eu luto?
Porque eu mato e deixo matar?
Sangue após o outro e gritos são toda a música que escuto a anos, já fui amaldiçoado por centenas de pais, irmãos, filhos e esposas, hoje parece que todas essas maldições caem sobre meus ombros, está pesada, a armadura, a espada e as credenciais.
Eles esperam que eu os lidere para o triunfo, que possam saquear e queimar, tirar sangue e vidas, serem amaldiçoados. Mas porque ainda luto?
Não fui só eu que esqueci o verdadeiro motivo desta batalha (se é que ela possui um) foram todos que brandem suas espadas e urram de euforia em frente ao inimigo amedrontado e acuado, se portam como uma matilha de lobos em frente aos coelhos e apenas esperam minha ordem para desferir o golpe final. Depois desta noite não haverá mais pais, irmãos, filhos ou esposa, estarão todos mortos, pois não temos ordens de fazer prisioneiros.
Como naquela primeira noite chove, chove como em todas as outras, não havia percebido que os céus também choravam diante do nosso triunfo e que os deuses de antigamente não abençoam mais aqueles que saem vitoriosos, pois todos esquecemos porque lutamos. Apenas lutamos.
Eu estou cansado, sempre haverá batalhas e perdas a chorar, mesmo que não haja nada alem disso.

E virando as costas, o general Lantis abandona a batalha. Seus homens não entendem o porquê e não perguntam, ele não diz nada, apenas caminha até sumir de vista na sombra da noite.
Sem seu general os Lasars avançam, e são derrotados, caindo em desgraça e vergonha.

MSN - Arnaldo Jabor


Sempre odiei o que a maioria das pessoas fazem com os seus MSN's.
Não estou falando desta vez dos emoticons insuportáveis que transformaram a
leitura em um jogo de decodificação, mas as declarações de amor, saudades,
empolgação traduzidas através do nick.

O espaço 'nome' foi criado pela Microsoft para que você digite O NOME
que lhe foi dado no batismo.
Assim seus amigos aparecem de forma ordenada e você não tem que ficar
clicando em cima dos mesmos pra descobrir que 'Vendo Abadá do Chiclete e
Ivete' é na verdade Tiago Carvalho, ou 'Ainda te amo Pedro Henrique' é o
MSN de Marcela Cordeiro. Mas a melhor parte da brincadeira é que
normalmente o nick diz muito sobre o estado de espírito e perfil da pessoa.

Portanto, toda vez que você encontrar um nick desses por aí, pare para
analisar que você já saberá tudo sobre a pessoa...

'A-M-I-G-A-S o fim de semana foi perfeito!!!' acabou de entrar.
Essa com certeza, assim como as amigas piriguetes (perigosas), terminou o
namoro e está encalhadona. Uma semana antes estava com o nick 'O fim de
semana promete'. Quer mostrar pro ex e pros peguetes (perigosos) que tem
vida própria, mas a única coisa que fez no fim de semana foi encher o rabo
de Balalaika, Baikal e Velho Barreiro e beijar umas bocas repetidas.
O pior é que você conhece o casal e está no meio desse 'tiroteio', já que o
ex dela é também conhecido seu, entra com o nick 'Hoje tem mais balada!',
tentando impressionar seus amigos e amigas e as novas presas de sua mira,
de que sua vida está mais do que movimentada, além de tentar fazer raiva na
ex.


'Quando Deus te desenhou ele tava namorando' acabou de entrar.
Essa pessoa provavelmente não tem nenhuma criatividade, gosto musical e
interesse por cultura. Só ouve o que está na moda e mais tocada nas paradas
de sucesso.
Normalmente coloca trechos como 'Diga que valeuuu' ou 'O Asa Arreia' na
época do carnaval.

Por que a vida faz isso comigo?' acabou de entrar.
Quando essa pessoa entrar bloqueie imediatamente. Está depressiva porque
tomou um pé na bunda e irá te chamar pra ficar falando sobre o ex.

' Maria Paula ocupada prá c** ' acabou de entrar.
Se está ocupada prá c**, por que entrou cara-pálida? Sempre que vir uma
pessoa dessas entrar, puxe
papo só pra resenhar; ela não vai resistir à janelinha azul piscando na
telinha e vai mandar o trabalho pro espaço. Com certeza.

'Paulão, quero você acima de tudo' acabou de entrar.
Se ama compre um apartamento e vá morar com ele. Uma dica: Mulher adora
disputar com as amigas. Quanto mais você mostrar que o tal do Paulão é tudo
de bom, maiores são as chances de você ter o olho furado pelas sua amigas
piriguetes(perigosas).

'Marizinha no banho' acabou de entrar.
Essa não consegue mais desgrudar do MSN. Até quando vai beber água troca
seu nick para 'Marizinha bebendo
água'. Ganhou do pai um laptop pra usar enquanto estiver no banheiro, mas
nunca tem coragem de colocar o nick 'Marizinha matriculando o moleque na
natação'.


' < . ººº< . ººº< / @ || e $ $ ! || |-| @ >ªªª . >ªªª >' acabou de entrar.
Essa aí acha que seu nome é o Código da Vinci pronto a ser decodificado.
Cuidado ao conversar: ela pode dizer 'q vc eh mtu déixxx, q gosta di vc
mtuXXX, ti mandá um bjuXX'.

'Galinha que persegue pato morre afogada' acabou de entrar.
Essa ai tomou um zig e está doida pra dar uma coça na piriguete que tá
dando em cima do seu ex. Quando está de bem com a vida, costuma usar outros
nicks-provérbios de Dalai Lama, Lair de Souza e cia.

'VENDO ingressos para a Chopada, Camarote Vivo Festival de Verão, ABADÁ DO EVA, Bonfim Light, bate-volta da vaquejada de Serrinha e LP' acabou de
entrar.
Essa pessoa está desesperada pra ganhar um dinheiro extra e acha que a
janelinha de 200 x 115 pixels que sobe no meu computador é espaço
publicitário.

'Me pegue pelos cabelos, sinta meu cheiro, me jogue pelo ar, me leve pro
seu banheiro...' acabou de entrar. Sempre usa um provérbio, trecho de
música ou nick sedutores. Adora usar trechos de funk ou pagode com duplo
sentido. Está há 6 meses sem dar um tapa na macaca e está doida prá arrumar
alguém pra fazer o servicinho.

'Danny Bananinha' acabou de entrar.
Quer de qualquer jeito emplacar um apelido para si própria, mas todos
insistem em lhe chamar de Melecão, sua alcunha de escola. Adora se comparar
a celebridades gostosas, botar fotos tiradas por si mesma no espelho com os
peitos saindo da blusa rosa. Quer ser famosa. Mas não chegará nem a
figurante do Linha Direta.

Bom é isso, se quiserem escrever alguma mensagem, declaração ou qualquer
coisa do tipo, tem o campo certo em opções 'digitem uma mensagem pessoal
para que seus contatos a vejam' ou melhor, fica bem embaixo do campo do
nome!! Vamos facilitar!!!!

UMA BURCA PARA GEISY
Miguezim de Princesa

I
Quando Geisy apareceu
Balançando o mucumbu
Na Faculdade Uniban,
Foi o maior sururu:
Teve reza e ladainha;
Não sabia que uma calcinha
Causava tanto rebu.

II
Trajava um mini-vestido,
Arrochado e cor de rosa;
Perfumada de extrato,
Toda ancha e toda prosa,
Pensou que estava abafando
E ia ter rapaz gritando:
"Arrocha a tampa, gostosa!"

III
Mas Geisy se enganou,
O paulista é acanhado:
Quando vê lance de perna,
Fica logo indignado.
Os motivos eu não sei,
Mas pra passeata gay
Vai todo mundo animado!

IV
Ainda na escadaria,
Só se ouvia a estudantada
Dando urros, dando gritos,
Colérica e indignada
Como quem vai para a luta,
Chamando-a de prostituta
E de mulherzinha safada.

V
Geisy ficou acuada,
Num canto, triste a chorar,
Procurou um agasalho
Para cobrir o lugar,
Quando um rapaz inocente
Disse: "oh troço mais indecente,
Acho que vou desmaiar!"

VI
A Faculdade Uniban,
Que está em último lugar
Nas provas que o MEC faz,
Quis logo se destacar:
Decidiu no mesmo instante
Expulsar a estudante
Do seu quadro regular.

VII
Totalmente escorraçada,
Sem ter mais onde estudar,
Geisy precisa de ajuda
Para a vida retomar,
Mas na novela das oito
É um tal de molhar biscoito
E ninguém pra reclamar.

VIII
O fato repercutiu
De Paris até Omã.
Soube que Ahmadinejad
Festejou lá no Irã,
Foi uma festa de arromba
Com direito a carro-bomba
Da milícia Talibã.

IX
E o rico Osama Bin Laden,
Agradecendo a Alá,
Nas montanhas cazaquistãs
Onde foi se homiziar
Com uma cigana turca,
Mandou fazer uma burca
Para a brasileira usar.

X
Fica pra Geisy a lição
Desse poeta matuto:
Proteja seu bom guardado
Da cólera dos impolutos,
Guarde bem o tacacá
E só resolva mostrar
A quem gosta do produto.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

A ultima Crómica - Fernando Sabino


"A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.

Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.

Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho - um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.

São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "Parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura - ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.

Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso."

Crónica de Luiz fernando Veríssimo


Minha mulher e eu temos o segredo para fazer um casamento durar:
Duas vezes por semana, vamos a um ótimo restaurante, com uma comida gostosa, uma boa bebida e um bom companheirismo. Ela vai às terças-feiras e eu, às quintas.
Nós também dormimos em camas separadas: a dela é em Fortaleza e a minha, em SP.
Eu levo minha mulher a todos os lugares, mas ela sempre acha o caminho de volta.
Perguntei a ela onde ela gostaria de ir no nosso aniversário de casamento, "em algum lugar que eu não tenha ido há muito tempo!" ela disse. Então, sugeri a cozinha.
Nós sempre andamos de mãos dadas...
Se eu soltar, ela vai às compras!
Ela tem um liquidificador, uma torradeira e uma máquina de fazer pão, tudo elétrico.
Então, ela disse: "nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar pra sentar".
Daí, comprei pra ela uma cadeira elétrica.
Lembrem-se: o casamento é a causa número 1 para o divórcio. Estatisticamente, 100 % dos divórcios começam com o casamento. Eu me casei com a "senhora certa".
Só não sabia que o primeiro nome dela era "sempre".
Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la.
Mas, tenho que admitir: a nossa última briga foi culpa minha.
Ela perguntou: "O que tem na TV?"
E eu disse: "Poeira".

Luís Fernando Veríssimo

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Piada - O Julgamento da veçinha


Juiz: Qual sua idade?

Velhinha: Tenho 86 anos.

Juiz: A senhora pode nos dizer com suas próprias palavras o que lhe aconteceu no dia 1º de abril do ano passado???

Velhinha: Claro, doutor. Eu estava sentada no balanço de minha varanda, num fim-de-tarde suave de outono, quando um jovem sorrateiramente senta-se ao meu lado.

Juiz: Você o conhecia?

Velhinha: Não, mas ele foi muito amigável...

Juiz: O que aconteceu depois?

Velhinha: Depois de um bate-papo delicioso, ele começou a acariciar minha coxa.

Juiz: A senhora o deteve?

Velhinha: Não.

Juiz: Por que não?

Velhinha: Foi agradável. Ninguém nunca mais havia feito isto comigo desde que meu Ariovaldo faleceu, há 30 anos.

Juiz: O que aconteceu depois?

Velhinha: Acredito que pelo fato de não tê-lo detido, ele começou a acariciar meus seios.

Juiz: A senhora o deteve então?

Velhinha: Mas claro que não, doutor...

Juiz: Por que não?

Velhinha: Porque, Meritíssimo, ele me fez sentir viva e excitada. Não me sentia assim há anos!

Juiz: O que aconteceu depois?

Velhinha: Ora Sr. Juiz, o que poderia uma mulher de verdade, ardendo em chamas, já de noitinha, diante de um jovem ávido por amor? Estávamos à sós, e abrindo as pernas suavemente, disse-lhe: Me possua, rapaz!

Juiz: E ele a possuiu?

Velhinha: Não. Ele gritou: 1º de abriiiiiiiiiiiiiiiiillllllll! Foi aí que eu dei um tiro no filho da puta!!


Paráfrase...

A violência esta ficando cada vez mais absurda, hoje foi encontrado morto um adolescentes de 18 anos vitima da ação brusca de uma senhora viúva que vivia perto de sua casa.
Como contam as testemunhas, a senhora apenas deixou o garoto correr e com uma pontaria incrível e espantosa acertou um único tiro em sua cabeça, assassinado o jovem sumariamente, quando os paramédicos chegaram o garoto já se encontrava morto.
A senhora se entregou dizendo que fez e não se arrepende, a polícia não tendo alternativa, levou a senhora em custódia.
A defesa alega insanidade e esclerose devida o trauma de ter perdido o marido e por conta da idade, com uma ação comunitária, várias pessoas fizeram protesto para libertar a senhora.
Nesse momento ela aguarda o julgamento em liberdade.
O que mais espanta a comunidade é o porquê de tudo isso, o pobre adolescentes, com fama de brincalhão, havia apostado que tiraria sarro da pobre velinha na data de primeiro de abril, que sirva de lição e que não se repita esse fato lamentável, afinal, devemos ter respeito e cuidado com os mais velhos.

sábado, 26 de setembro de 2009

O ano que meus pais saíram de férias


Resenha por Vince Ferreria.


Essa é a história de um pequeno garoto chamado Mauro, ele como todo brasileiro típico gosta de jogar futebol e brincar de futebol de botão. Um pequeno menino mineiro, tímido e meigo que tem sua vida virada do avesso de uma hora para outra.

Em plena década de 70, nas vésperas da copa do mundo que iria consagrar o Brasil como tri, seus pais de súbito saem de casa alegando estar entrando de férias, o pequeno menino fica esperando por um telefonema que nunca vem enquanto é praticamente abandonado a própria sorte em casa.

De início ele demonstra muita resistência nas atitudes de seus visinhos que desejam ajudá-lo, principalmente um velho judeu solitário chamado Shlomo. Todos as sua volta demonstram grande simpatia e humanidade, cuidando e alimentando o menino que não se separa do telefone, e espera ligação de seus pais.
No decorrer da história ele vive como uma criança normal, tem seus sonhos, suas brincadeiras, mas vive cercado pela luta de liberdade contra a ditadura.

Em um cenário marcado pela conquista da seleção Brasileira, e uma época de conflito e guerra urbana no Brasil, Mauro demonstra o drama de um menino real, que gosta de brincar, é teimoso, mimado mas como todo menino, precisa da presença dos pais.

Saloon


Deserto, quente, escaldante, miragem, água, miragem, cidade.

Mulheres, cerveja, música, piano, dança, bebida, orgia, dinheiro, dinheiro, mais dinheiro, jogo, dinheiro, mulheres, bebida, dinheiro, jogo, sem dinheiro, desculpe sem dinheiro.

Mulheres, orgia, sem dinheiro, tapa, escada a baixo, bebida, jogo, sem dinheiro, azar, garrafada, briga, cadeira, garrafa, grito, correria, briga, briga, menos um, mais dez, sangue, garrafa, homem, briga, xerife, tiro, polícia, cadeia, fuga, correria, cavalo, tiro, escapada, cartaz.

Deserto, quente, escaldante, miragem, água, miragem, cidade, saloon.

As palavras de Húrin e Morgoth


Este é um trecho de uma das obras de um dos maiores escritores que ja li, um especialista em linguas que escreveu contos diversos para entreter seus filhos e netos, a riquesa dos seus contos foi tamanha que tomou proporsões inimagináveis, que inicialmente ele não tinha. Dai surgiram obras como, o silmarillion, O Hobit e a famosa trilogia O Senhor dos Aneis.
Este é um trecho super interessante da obra de J.R.R. Tolkien tirado de "Contos Inacabados", que relata a fidelidade de um homem a seus amigos e valores.


Muitas canções são cantadas e muitas histórias são contadas pelos elfos sobre as Nirnaeth Arnoediad, a Batalha das Lágrimas Sem Conta, onde caiu Fingon e a flor dos eldar feneceu. Se tudo fosse recontado, a vida de um homem não bastaria para escutar; mas agora contar-se-á o que ocorreu a Húrin, filho de Galdor, Senhor de Dor-lómin, quando ao lado da correnteza de Rivil acabou sendo apanhado vivo por ordem de Morgoth, e levado a Angband.
Húrin foi levado à presença de Morgoth, pois Morgoth sabia por suas artes e seus espiões que Húrin possuía a amizade do Rei de Gondolin; e procurou intimidá-lo com seus olhos.
Mas Húrin ainda não podia ser intimidado, e desafiou Morgoth. Portanto, Morgoth o fez acorrentar e torturar lentamente; mas daí a algum tempo veio a ele e lhe ofereceu a escolha de partir livre para onde quisesse, ou receber poder e graduação como o maior dos capitães de Morgoth, se apenas revelasse onde Turgon tinha sua fortaleza e qualquer outra coisa que soubesse dos desígnios do Rei. Mas Húrin, o Inabalável, escarneceu dele.
— Você é cego, Morgoth Bauglir, e cego sempre será, pois enxerga apenas as trevas. Não sabe o que governa os corações dos homens; e, se soubesse, não poderia dá-lo. Mas é tolo quem aceita o que Morgoth oferece. Você primeiro receberá o preço e depois reterá a promessa; e eu receberia apenas a morte se lhe contasse o que pede.
— Você ainda ansiará pela morte como obséquio meu — disse Morgoth, rindo. E levou Húrin ao Haudh-en-Nirnaeth, que na época estava recém-erguido, e o odor da morte pairava sobre ele; e Morgoth colocou Húrin em seu topo, e o mandou olhar para o oeste, em direção a Hithlum, e pensar em sua esposa, seu filho e seus demais parentes. — Pois moram agora em meu reino — disse Morgoth — e estão à minha mercê.
— Isso você não tem — respondeu Húrin. — Mas não chegará a Turgon através deles, pois não conhecem os segredos.
— No entanto posso chegar a você e a toda a sua casa amaldiçoada — disse Morgoth, dominado pela ira —, e serão quebrados por minha vontade, mesmo que sejam todos feitos de aço. — E tomou um montante que jazia lá e o quebrou diante dos olhos de Húrin, e uma lasca lhe feriu o rosto; mas Húrin não se esquivou. Então Morgoth, estendendo o longo braço para Dor-lómin, amaldiçoou Húrin, Morwen e seus descendentes: — Olhe! A sombra de meu pensamento pesará sobre eles aonde quer que vão, e meu ódio há de persegui-los até os confins do mundo.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Chuva Vermelha


por Vince Ferreira

Era um dia chuvoso, os campos estavam cobertos de lama e o zunido da aguá era ensurdecedor. Gotas caiam como pedras e resvalavam contra as armaduras e escudos, de um lado do campo estava uma pequena tropa de maltrapilhos, do outro os nobres senhores anões das montanhas com suas armaduras brilhantes e resplandecentes, do mais puro ferro polido.
Os senhores anões estavam confiantes, já haviam enfrentado as tropas maveris anteriormente, e eles os tinham rechaçados, seu treinamento superior em batalhas garantiam essa vantagem. Desde pequenos seus guerreiros são preparados para guerras, aprendem técnicas, estratégias, como liderar e seguir verdadeiros lideres.
Os maverins por sua vez eram bárbaros sanguinários, de cultura quase animalesca e vulgar, não possuíam bom armamento nem sabiam técnicas, atacavam como uma horda de baderneiros que se jogavam contra os escudos de ferro e encontravam a morte facilmente, era como enfrentar um bando de animais, fácil como uma cassada.
Assim eles pensavam.

Semanas atrás tudo havia mudado, os maverins receberam um novo comandante vindo das terras geladas de Baltighard com uma pequena tropa, os lasars, nobres guerreiros bem armados e ordeiros, disciplinados e experientes em batalha. A tropa lasar era pequena, dez soldados, dois tenentes e um capitão. Dentre eles um novato em destaque, Lantis, o melhor aluno da academia que se formara com cinco meses de antecedência, era jovem mas habilidoso e sedento por batalhas, os outros soldados o menosprezavam e o achavam arrogante - de fato ele era - mas havia um motivo, Lantis era bom, e eles não imaginavam quanto.

Os tambores anões ressoavam, era estranho, o grito dos maverins que era comum como o rosnar de feras não era escutado. Subitamente eles começam a bater em seus escudos bruscos de metal de forma meio ordenada, era um espanto aos anões, eles haviam aprendido um truque novo?

A batalha tem início, esperava-se que os bárbaros se jogassem contra os escudos de ferro, mas não o fizeram, uma tropa de arqueiros saiu na frente e fulminou parte da infantaria anã, isso desestabilizou sua barreira e deu espaço para uma infantaria montada por grandes cavalos montanhosos deferir uma investida devastadora.
A batalha virou um caos, mas Lantis esperava, parte de sua tropa era o segundo golpe, postados distantes da batalha eles só iriam avançar depois de muita peleja, e assim o fazem, os anões estavam cansados e abatidos pelo primeiro assalto da batalha e nem notaram quando a segunda parte da infantaria os atacou, era praticamente um massacre, não podiam acreditar como seu treinamento militar poderia ser sobrepujado por aqueles bárbaros ignorantes, será que eles estavam muito confiantes? Tinham cometido um erro fatal? Não, Heror Couraça Negra (como era chamado) havia chegado.
Grande herói dos anões, ele já havia lutado diversas batalhas e saido ileso, sobrepujado comandantes lasars e maverins em diversas batalhas, e o que mais gostava era de enfrentar comandantes. A glória sempre recai sobre aquele que derrota um grande líder e sobrevive para beber com os vitoriosos, Heror avançou contra o comandante lasar, foi uma curta batalha e ele o sobrepujou, sua armadura negra como a noite nem havia sido arranhada e não tinha sofrido nenhum ferimento, as tropas maverins e lasars se desesperaram e começaram a dispersar.
Quando Lantis o encontrou em batalha, viu a sua verdadeira oportunidade, como todo soldado raso ele não estava bem armado e nem protegido, estava em desvantagem mas sabia que era mais rápido e mais jovem, Heror não queria essa batalha, desdenhou da chance de lutar e avançou confiante e desrespeitosa mente contra ele - um erro grande - Lantis achou uma fresta em sua armadura, desviou de seu grande machado e o golpeou no braço destro. Eror não acreditava, as tropas praticamente pararam para ver esta batalha feroz, o soldado novato foi submetido a diversos golpes do feroz anão, agora manejando seu machado de forma desajeitada e débil, mas em vão, ele era muito rápido e esguio se livrava de todas a investidas, parecia estar apenas cansando e estudando seu adversário.
A batalha prosseguiras por minutos que pareceram horas, e o anão estava cansando, o jovem lasar começou então suas investidas. Golpes precisos eram desferidos e o velho guerreiro se esforçava para bloquear a pequena espada, ferimentos lhe eram feitos por entre as frestas da armadura, Lantis parecia ter observado por um bom tempo a guarda aberta e as falhas na defesa. Minutos de desespero para o anão até que ele cai de joelhos, farto pelo cansaço e os ferimentos se vira para Lantis:
_ Já enfrentei inúmeros guerreiros e venci todos, poderosos e experientes, mas nenhum foi tão ardiloso quanto você, usou sua juventude contra minha experiência, sua velocidade contra minha habilidade, sua leveza contra minha força. Estou completamente derrotado, e sei que lasars não demonstram piedade.
Lantis não disse nada, desferiu um golpe final em sua garganta desprotegida, e o grande Heror encontrou seu fim em um dia chuvoso, as tropas anãs fugiram desesperadas, os que ficaram não conseguiram resistir. Os soldados lasars e maverins tinham um novo herói, seu nome era aclamado pelos cânticos daquela noite e ele era ovacionado pelos guerreiros mas respeitados.
Esta foi o primeiro feito de um jovem lasar, que se destacou entre os demais, virou um ídolo de suas tropas, levou seus homens a diversas vitórias, e ficou conhecido como General Lantis.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Death note - by Vince


Imagine-se com o poder de matar sem nem tocar a pessoa que você quer morta, sem precisar encarar sua face ou mesmo ter visto ela uma única vez, imagine o poder de tirar vida de um criminoso famoso, que cometeu grandes atrocidades, seu rosto foi colocado na internet mas ele não pode ser encontrado, agora imagine poder tirar a vida de quem você quiser.
Muitos podem ter este pensamento como algo terrível e sem o mínimo cabimento, afinal a idéia de justiça, moral ou até mesmo crenças religiosas diz que o homem não possui o direito de tirar a vida de outro sobre hipótese alguma, isso é um ato hediondo e intolerável na visão da maioria das sociedades.
Mas uma obra literária põe esse assunto em foco total, seu nome é Death Note (caderno da morte em inglês), essa revista em quadrinho japonesa (mangá) foi publicada pela revista semanal Shonen Jump, de janeiro de 2004 a maio de 2006, totalizando 108 capítulos compilados em 12 volumes, uma serie animada de 37 capítulos e uma adaptação em dois longas-metragens live-action pela Warner Bros japonesa.
A história começa com um estudante colegial japonês de nome Light Yagami, que se sentia deslocado e desacreditado com as pessoas a sua volta.
Light era um aluno exemplar, super dotado e considerado o melhor do Japão em exames nacionais. Um dia, no meio de uma aula como outra qualquer ele vê pela janela de sua sala um caderno despencar de algum lugar, curioso ele se dirige até o local e encontra um caderno negro com as escritas death note em sua capa, ao o abrir ele se depara com instruções de uso em inglês dizendo “o humano que tiver o nome escrito neste caderno morrerá”, acreditando ser uma grande bobagem, ele quase o joga fora, o que acabaria com a diversão de diversos fãs desta serie de grande sucesso mundial.
Ao levar o caderno com ele, Light se vê diante de um noticiário aonde crianças eram feitas de reféns em um colégio, a foto do criminoso é exibida e a policia não conseguia invadir o local, Light então decide testar o Deth Note, uma de suas inúmeras regras era que a pessoa que escrever deve ter o rosto da vitima em mente, para pessoas de mesmo nome não serem afetadas, tudo preparado, era só escrever, foi ai que veio a grande surpresa, 40 segundo após ele ter escrito o nome do bandido o noticiário informa que ele havia morrido.
Light não acreditava naquilo, tinha que provar para si mesmo que era verdade, então decidiu ver por si só. Em um bar ele assiste uma pobre garota ser assediada em um estacionamento e o bandido que esbravejou seu nome sem querer também o tem escrito no caderno, e uma das capacidades do artefato é que ele pode também controlar a forma que mata as pessoas, se for especificado ela morre exatamente como for escrita (desde que não seja algo impossível), como especificado por Light o bandido corre e é atingido por um caminhão.
Uma pessoa normal deveria entrar em pânico com este caderno, mas não uma como Light, ele decide então fazer uso constante do Death Note, limpar o mundo, em posse do caderno ele começa a matar criminosos procurados pelo mundo todo, as mortes seguiram um padrão, eram causadas por ataques cardíacos para que alguém percebesse que estava sendo feita por uma força maior e essa era a intenção dele, que o mundo tomasse noção de que alguém fazia justiça, que punia bandidos e que uma força maior estava agindo.
A trama segue com ele encontrando o verdadeiro dono do caderno, um shinigami (deus da morte na mitologia japonesa) chamado Ryuk, este por sua vez explica que não tem efeitos colaterais e nem preço para se usar o caderno, somente a condição de ter seu nome escrito no momento de sua morte e de sua alma nunca ir nem para o inferno, nem para o paraíso, e que ele tinha jogado o Death Note no mundo humano de propósito, pois estava entediado e queria ver o “circo pegar fogo”.
Nos melhores momentos da série, uma espécie de reunião das policias mundiais convoca uma pessoa misteriosa, um tipo de super detetive para investigar as mortes, uma pessoa de codinome L, conhecido mundialmente por resolver casos impossíveis.
E essa é a história de Death Note, um confronte de L contra Kira (codinome recebido por Light na mídia), aonde através de disputas mentais e deduções de pistas eles se enfrentam e o primeiro que descobrir a identidade do outro sobrevive.

Ai vai minha postagem, sobre umas das séries de maior sucesso da atualidade, na qual sou muito fã.

Vince Ferreira

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Effect woman


Com base em um tutorial e uma foto gratuita da internet, este é um trabalho de edição de imagens feito por mim, aplicando diversos efeitos em photoshop.

Imagoem criada com base em tutorial do site: Image Vision Design.
Plataforma: Photoshop.
Data: 03-03-2009
autor: Vinícius Cesar (Vince)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Roxas


Criado em 26 de setembro de 2008

Roxas é um assassino frio e calculista, sempre termina seu serviço da forma mais rápida e letál possível, mas ele não gosta do que faz.
O único motivo que o leva a matar, é porque precisa levantar fundos para a pesquisa de um tratamento experimental que pretende corrigir uma falha genética no sangue de sua única irmã. Embora ele seja desprovido de outros sentimentos, ela é toda família que ele tem, a pessoa que ele se importa e por quem ele daria a própria vida.
Embora Roxas mesmo não saiba ele foi criado em laboratório para ser o soldado perfeito, a empresa que o criou usa a falha genética de sua irmã (Elle), também fruto de experiência genética, para mantê-lo sobre controle e motivado enquanto fingem que estão pesquisando uma cura para ela.

Não existe soldado melhor que aquele que luta por amor.